Em um laboratório, diariamente, são realizadas dezenas de procedimentos. Em todos eles, há uma série de processos que devem ser seguidos para garantir que sejam feitos com segurança e precisão.
Para essa finalidade, o principal protocolo seguido é o Controle de Qualidade Laboratorial, um conjunto de boas práticas exigido pela Anvisa e que pode proporcionar diversas vantagens se cumprido corretamente.
Nesse artigo, explicaremos com mais detalhes sobre esse Controle de Qualidade de acordo com as normas da Anvisa, além de elucidar os seus principais pontos. Aproveite a leitura!
Afinal, o que é Controle de Qualidade Laboratorial?
O Controle de Qualidade, algumas vezes abreviado como CQ, é um conjunto de práticas que serve para regulamentar os laboratórios e certificar que os estabelecimentos sigam determinados padrões de segurança e qualidade.
É um processo exigido pela Anvisa, conforme definido pela Resolução da Diretoria Colegiada nº 302 de 2005. No mesmo documento, estão definidos parâmetros com relação a organização, infraestrutura, descarte, processos, análises, entre muitos outros tópicos.
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Entretanto, a legislação não é o único incentivo para manter o Controle de Qualidade no seu laboratório. Ao adotar os padrões exigidos, você pode ter benefícios como um ambiente mais organizado e harmônico para a equipe, além de aumentar o grau de precisão de todos os procedimentos realizados.
Também vale ressaltar que o estabelecimento pode ter uma redução de custos relacionados à manutenção corretiva. Em um laboratório organizado e com regras bem definidas, você evita problemas como a falta de produtos e equipamentos, a perda de informações, os erros durante procedimentos e até mesmo um mau atendimento ao público.
Principais pontos para o Controle de Qualidade Laboratorial
Para facilitar a organização do laboratório, é possível dividir o controle de qualidade em diferentes pontos de acordo com as suas atribuições. Abaixo, explicamos os principais, de acordo com a RDC nº 302/2005, incluindo os tópicos que você e sua equipe devem prestar atenção em cada caso.
Controle Interno de Qualidade (CIQ)
Esse ponto diz respeito à fase analítica do laboratório. Portanto, são criados procedimentos para manuseio e análise das amostras, para que o sistema esteja operando corretamente de acordo com os padrões e limites de tolerância.
Segundo a Resolução, o processo passa por três principais práticas:
- monitoramento do processo analítico por meio da análise das amostras controle, com registro dos resultados obtidos e análise dos dados;
- definição dos critérios de aceitação dos resultados por tipo de analito e de acordo com a metodologia utilizada;
- liberação ou rejeição das análises após avaliação dos resultados das amostras controle.
Controle Externo de Qualidade (CEQ)
Quando falamos no processo de Controle Externo, às vezes conhecido como Avaliação Externa da Qualidade, estamos nos referindo à análise do desempenho de sistemas analíticos do laboratório. Ele é capaz de demonstrar a confiabilidade do estabelecimento, ou identificar eventuais erros nas práticas realizadas.
Entre os métodos utilizados, podemos destacar os ensaios de proficiência, análise de padrões certificados e comparações interlaboratoriais.
Biossegurança
O termo biossegurança pode ser definido como a busca por prevenir, controlar, reduzir e eliminar riscos à saúde dos seres humanos, animais e meio ambiente por meio da utilização de práticas diárias.
Quando esse conceito é aplicado ao Controle de Qualidade, ele serve para assegurar que o laboratório está utilizando as melhores práticas para manter a equipe, os pacientes e o ambiente a salvo de eventuais ameaças.
Entre as ações exigidas, estão:
- normas e condutas de segurança biológica, química, física, ocupacional e ambiental;
- instruções de uso para os equipamentos de proteção individual (EPI) e de proteção coletiva (EPC);
- procedimentos em caso de acidentes;
- manuseio e transporte de material e amostra biológica;
- descarte adequado de resíduos, de acordo com sua natureza.
Processos Operacionais Padrão (POP)
Para que seu laboratório tenha coerência e assertividade, a padronização dos Processos Operacionais pode ser essencial. Dessa forma, você pode mensurar o que está sendo feito, e aplicar correções com facilidade quando necessário.
Da mesma forma, com ações padronizadas, também é mais simples entender a satisfação da equipe e dos clientes com relação ao que está sendo feito no laboratório.
De acordo com a Resolução, os POP podem ser divididos em três categorias:
- Fase pré-analítica: se refere principalmente ao atendimento ao paciente e à coleta de material para análise. Um dos pontos mais importantes é realizar um cadastro completo do paciente para assegurar sua integridade e bem-estar.
- Fase analítica: como o próprio nome indica, trata-se da etapa de análises. Nesse caso, é preciso definir instruções para cada procedimento, valores de tolerância para precisão, grau de pureza da água, registros de cada operação, entre outros quesitos.
- Fase pós-analítica: por fim, essas regras se referem à emissão de laudos, como as informações que devem estar explícitas e como elas devem ser entregues aos pacientes.
Em qualquer laboratório, sua equipe deve estar atenta a esses tópicos e certificar-se de que estão sendo cumpridos propriamente. Vale ressaltar que o Controle de Qualidade Laboratorial é uma atividade contínua e que deve ser aprimorada diariamente, buscando sempre os melhores resultados.
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