A análise granulométrica do solo é um método importantíssimo para classificação e caracterização de amostras por meio de suas partículas. O estudo tem como objetivo atribuir usos adequados aos materiais diagnosticados e corrigi-los, caso seja necessário.
Continue a leitura e saiba tudo sobre a granulometria de um solo: importância, classificações, parâmetros, cálculos e interpretação de resultados.
O que é e qual importância da análise granulométrica do solo?
Antes de mexer na terra, é necessário conhecê-la. E a granulometria é a responsável por determinar o tamanho das partículas por meio de amostras de solo, bem como caracterizá-lo em argila, silte, areia e pedregulho.
A análise é fundamental para a produção mineral, uma vez que é necessário saber os tamanhos para processamento. Bem como no trabalho em pedreiras, em controles de produção e na construção civil.
Além disso, a granulometria é útil para a atividade agrícola, pois o tipo de solo impacta no manejo da lavoura e na nutrição das plantas.
Melhor do que tentar a sorte e realizar o plantio sem saber da estrutura, é estudar a terra e deixá-la adequada para um cultivo saudável e que possa ter maior produtividade.
Classificação granulométrica
Para entender melhor como é classificada a granulometria do solo, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) possui um parâmetro definido por meio da NBR 6502/95. O diâmetro de cada um é:
- Pedregulho: entre 2 mm e 60 mm.
- Areia: entre 0,06 mm e 2 mm.
- Silte: entre 0,002 mm e 0,6 mm.
- Argila: menor que 0,002 mm.
Vale dizer que areia e pedregulho são subdivididos em fino, médio e grosso. E quais as características de cada partícula sólida?
- Pedregulho: formado por minerais e partículas de rocha.
- Areia: também é composto de minerais e partículas de rocha, mas o solo não é coeso.
- Silte: a plasticidade do solo é baixa ou nula.
- Argila: solo de partículas finas, coeso e plástico.
Quais são os métodos utilizados para análise granulométrica do solo?
A partir de dois tipos de ensaios de caracterização para determinar a granulometria de um solo. Para areia e pedregulho, realiza-se o peneiramento, enquanto que para solos finos, faz-se a sedimentação. Ambos são determinados pela NBR 7181/2016, da ABNT.
A lavagem pode ser um procedimento necessário entre os métodos. Saiba um pouco mais sobre cada técnica de ensaio!
Peneiramento
Antes de começar o peneiramento, separa-se a amostra e realiza-se a medição da massa, estando ela seca e em temperatura ambiente.
Na sequência, é necessário passar a amostra na peneira de 2 mm para não desmanchá-la. É feita a lavagem da parte retida para eliminar o material fino aderente e colocado na estufa entre 105ºC e 110ºC.
Para materiais que são determinados apenas por peneiramento, ainda deve:
- Pegar 120 g do material passado na peneira.
- Selecionar outras 100 g para três determinações de umidade higroscópica.
- Lavar na peneira de 0,075 mm.
A partir deste momento, o peneiramento é dividido em duas partes: fino e grosso.
Peneiramento fino
Secar o material retido na peneira de 0,075 mm em estufa entre 105ºC e 110ºC, até a massa ficar consistente.
Com agitador mecânico, ainda deve-se passar nas seguintes peneiras: 1,2 mm, 0,6 mm, 0,42 mm, 0,25 mm, 0,15 mm e 0,075 mm. Em cada processo, é preciso anotar a massa retida.
Peneiramento grosso
Já no peneiramento grosso, faz-se necessário pesar o material retido na peneira de 2 mm. Após isso, realizar o mesmo procedimento com agitador mecânico, passando nas peneiras de: 50 mm, 38 mm, 25 mm, 19 mm, 9,5 mm e 4,8 mm.
Sedimentação
A sedimentação é um procedimento sequente ao peneiramento. Ele surge como alternativa após o material ser passado na peneira de 2 mm.
Para a sedimentação e peneiramento fino, devem ser selecionados:
- Areia: 120 g.
- Silte: 70 g.
- Argila: 70 g.
Além de 100 g do material para determinação da umidade higroscópica.
Na sequência, as amostras são acondicionadas em um béquer, e o defloculante é adicionado, devendo ser tamponado até que atinja um pH de 8 ou 9. É feita a agitação e ele precisa ficar em repouso por, pelo menos, 12 horas.
Os detalhes do procedimento estão na NBR 7181/2016. O ponto principal é que a amostra seja sedimentada dentro do béquer.
Para calcular o diâmetro máximo das partículas na amostra de solo, utiliza-se a Lei de Stokes.
No Manual de Métodos de Análise de Solo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), há a explicação do que se faz com cada tipo de solo, seja ele “normal”, carbonático, carbonático com sais solúveis, salinos ou rico em matéria orgânica.
Curva granulométrica
Pelo fato dos solos naturais não se enquadrarem somente em uma das definições, existe uma distribuição estatística que auxilia na interpretação dos resultados: a curva granulométrica.
Em um dos eixos do gráfico, marca-se a porcentagem do material e, no outro, a dimensão da partícula (em escala logarítmica).
Interpretação dos resultados
Como é uma curva acumulada, seus valores são sempre crescentes. Desta maneira, a posição no gráfico indica quais são as características granulométricas do solo.
Confira as características de cada um!
Solo uniforme
A maioria dos grãos possui a mesma dimensão e a curva se aproxima da vertical. O coeficiente de uniformidade do solo o caracteriza e indica a inclinação média entre os diâmetros mais finos entre 10% e 60%.
Solo bem graduado
As dimensões das partículas sólidas estão em diversos valores no gráfico, com uma curva granulométrica suave. Sua característica é feita pelo coeficiente de curvatura.
O valor é resultado da razão entre o quadrado da dimensão em 30% pelo produto das dimensões em 10% e 60%.
Solo mal graduado
Este tipo de solo é definido de tal maneira por não se encaixar como bem graduado. Ele é caracterizado pela falta de partículas e pelas curvas granulométricas quase na horizontal.
Materiais para realização da granulometria
De acordo com a NBR 7181/2016, para realizar os ensaios de granulometria descritos acima, são necessários alguns aparelhos. Confira os principais produtos na sequência:
- Estufa que mantenha a temperatura nos intervalos entre 60ºC e 65ºC e entre 105ºC e 110ºC.
- Balanças de precisão.
- Dessecadores.
- Aparelhos de dispersão.
- Proveta.
- Densímetro de bulbo simétrico.
- Termômetro.
- Relógio com indicação de segundos.
- Béquer de vidro.
- Tanque para banho.
- Peneiras.
- Escova com cerdas metálicas.
- Agitador mecânico de peneiras.
- Bagueta de vidro.
- Bisnaga.
- Cápsulas para determinação do teor de umidade.
- Demais consumíveis.
Confira na normativa todos os materiais necessários e suas especificidades para realização do peneiramento e da sedimentação.
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