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Descarte de resíduos laboratoriais: como realizar corretamente?

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O descarte de resíduos laboratoriais é fundamental para todos os estabelecimentos. Por serem lixos específicos, que podem afetar a saúde humana e o meio ambiente, é necessário realizar uma destinação correta.

Mais do que isso, o gerenciamento de resíduos como um todo, incluindo o armazenamento e a separação, também é fundamental, à medida que deve estar de acordo com as regulamentações sanitárias vigentes.

Continue a leitura para saber mais sobre os tipos de resíduos de laboratórios e como realizar a gestão corretamente!

Qual a importância do descarte de resíduos laboratoriais?

Para além das normativas técnicas e regulamentações, o descarte adequado dos lixos provenientes dos laboratórios previne a contaminação dos profissionais que estão em contato direto, assim como quem está fora do ambiente.

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Como realizar o descarte de resíduos laboratoriais?

Todos os resíduos passam por uma etapa de separação, seguida pela identificação, armazenamento, transporte e, enfim, a coleta pelas empresas responsáveis.

A gestão deve levar em conta a Resolução RDC nº 306/2004, do Ministério da Saúde, que fundamenta o Gerenciamento de Resíduos de Serviços da Saúde. 

A normativa detalha como acondicionar cada um dos processos, levando em conta a característica do lixo gerado. Em primeiro lugar, como gerador, o laboratório deve elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS).

Entenda como funciona cada uma das etapas!

Manejo

O manejo é o processo que lida com o manuseio do resíduo dentro e fora do laboratório, envolvendo da geração até a disposição final para o transporte. Ele engloba a segregação de dejetos.

Segregação

A partir das características físicas, químicas, biológicas, estado físico e risco à saúde humana e ao meio ambiente, os materiais devem ser separados no momento e local que foram gerados.

Acondicionamento

Após ser separado, os materiais precisam ser embalados em recipientes específicos, como sacos ou caixas, a fim de evitar a ruptura. 

O padrão das embalagens para resíduos sólidos estão especificados na NBR 9191, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Os líquidos devem ser acondicionados em recipientes resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante.

Identificação

O procedimento permite que quem realize o transporte saiba qual é o conteúdo sem abrir o saco ou recipiente por meio de adesivos, de forma que faça o manejo correto.

Confira como deve ser cada um dos rótulos, de acordo com a NBR 7500, da ABNT:

  • Resíduos biológicos (Grupo A): rótulo com fundo branco, desenho e contornos pretos;
  • Resíduos químicos (Grupo B): deve conter símbolo e frase de risco associado, além da descrição da substância;
  • Resíduo radioativos (Grupo C): o rótulo deve ser amarelo, com contornos preto, conter o símbolo internacional de presença de radiação ionizante e estar escrito Rejeito Radioativo;
  • Resíduos perfurocortantes (Grupo E): deve conter o símbolo da substância infectante, rótulo com fundo branco, contorno preto e a inscrição de Rejeito Perfurocortante.

Transporte interno

O procedimento dá conta do transporte dos resíduos devidamente acondicionados e identificados para armazenamento temporário ou coleta externa. Deve ser definido um roteiro, em horários com menor movimentação de pessoas e em recipiente adequado.

Profissional realiza o transporte interno no descarte de resíduos laboratoriais.
Os profissionais que realizam o manejo de resíduos precisam estar protegidos com Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

Armazenamento temporário

Refere-se ao processo de acondicionamento dos resíduos para que se otimize o deslocamento entre o local de geração e a coleta externa do material. 

O armazenamento pode ser feito em uma sala específica, de acordo com a RDC nº306/2004, os sacos não podem estar em contato direto com o chão e, além disso, os resíduos químicos devem ser acomodados de acordo com a NBR 12235, da ABNT.

Tratamento

Certos resíduos podem passar por procedimentos a fim de reduzir ou eliminar riscos de contaminação e acidentes. 

De acordo com a resolução nº 237/1997, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conema), os sistemas de tratamento devem ser objetos de licenciamento ambiental.

O processo de autoclavação realizado em laboratórios está dispensado da licença, ao passo que a incineração está regulamentada pela normativa nº316/2002 do órgão.

Armazenamento externo

Etapa de acondicionamento de resíduos à espera da coleta, na parte de fora do estabelecimento.

Coleta e transporte externos

O procedimento consiste na retirada dos resíduos do laboratório e o direcionamento ao local de tratamento ou disposição final. As normas que regem as etapas são as NBRs 12810 e a 14625, da ABNT.

Disposição final

A última parte do processo de descarte dos resíduos, em que eles são alocados no solo preparados para recebê-los, de acordo com a resolução nº237/1997 da Conama.

Qual a diferença entre os resíduos laboratoriais?

Cada tipo de resíduo laboratorial necessita de um cuidado diferente na hora do descarte. Entenda qual a diferença entre os materiais que precisam ser descartados pelos laboratórios!

Resíduos biológicos

O descarte de resíduos biológicos deve seguir os critérios da norma da Anvisa destinado ao Grupo A. Eles são classificados desta maneira por poderem conter agentes que apresentam risco de infecção.

A categoria possui cinco divisões, sendo elas:

A1

Os resíduos desta divisão são provenientes de manipulações em geral. Confira os principais materiais classificados como A1:

  • Culturas e estoques de microrganismos, meios de cultura, instrumentos e equipamentos utilizados em procedimento;
  • Resíduos com suspeita ou certeza de contaminação;
  • Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou má conservação;
  • Sobras de amostras contendo líquidos corpóreos ou sangue.

A2

Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos de animais usados na inoculação de microrganismos.

A3

Membros do ser humano.

A4

Os resíduos desta categoria são aqueles que podem estar contaminados por agentes biológicos. São eles:

  • Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores descartados;
  • Filtro de ar e gases aspirados de área contaminada;
  • Sobras de amostras e recipientes contendo secreções humanas, sem suspeita de conter agentes do risco 4,
  • Entre outros.

A5

Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes com suspeita de contaminação com príons.

Resíduos químicos

Os resíduos químicos são classificados como Grupo B, composto por substâncias que podem apresentar risco à saúde humana e ao meio ambiente, além de terem níveis de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. 

Resíduos perfurocortantes

Os materiais perfurocortantes ou escarificantes são resíduos do Grupo E. Alguns exemplos são agulhas, lâminas, micropipetas, vidrarias quebradas no laboratório, ampolas, entre outros equipamentos.

Resíduros perfurocortante sendo condicionado corretamente no descarte de resíduos laboratoriais.
Perfurocortantes devem ser acondicionados em caixas apropriadas.

Outros resíduos

Além disso, outros resíduos classificados na normativa e que podem ser encontrados em laboratórios são os do Grupo C (materiais radioativos) e do Grupo D, que engloba substâncias que não apresentam risco de contaminação, equivalentes a lixos domésticos.

Confira o Apêndice I da Resolução RDC nº306/2004 para saber todos os detalhes sobre os tipos de resíduos de laboratório.

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