Embora os riscos de acidentes em laboratório existam, eles são minimizados com a implementação de medidas de segurança e o uso correto de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).
A biossegurança é um dos pilares do trabalho em um laboratório e é ela que assegura que profissionais e pacientes estejam livres de infecção, mesmo que manipulem substâncias com potenciais ameaças.
Neste artigo, você vai ficar sabendo quais os principais riscos de acidentes em laboratório, quais medidas são fundamentais para evitá-los e a importância da biossegurança para o ambiente de trabalho.
Biossegurança em laboratórios
A biossegurança é um conjunto de ações de prevenção, controle, redução ou eliminação de riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente.
Para que os riscos de acidentes sejam minimizados ou nulos, o laboratório deve seguir protocolos diários, que vão da utilização de equipamentos de proteção a ter uma equipe bem treinada e uma rotina eficiente de limpeza.
As medidas de segurança em laboratórios clínicos estão descritas em normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Uma delas é a RDC 302/2005, que estabelece regras para o funcionamento das unidades de análises clínicas, patologia clínica e citologia.
O manual contempla toda a operação do laboratório: infraestrutura, descarte de resíduos, limpeza, desinfecção e esterilização.
Tipos de riscos em laboratórios
A área de saúde expõe trabalhadores a alguns riscos específicos, que são inerentes à atividade. Abaixo, elencamos os cinco principais.
1. Riscos físicos
Podem ser causados por quedas e escorregões, mas também devido ao calor, ao frio, a ruídos, vibrações, umidade e radiação.
2. Riscos químicos
São ocasionados por exposição, inalação ou ingestão de produtos químicos e/ou substâncias tóxicas.
3. Riscos biológicos
Causados pela manipulação de seres vivos, como vírus, bactérias, fungos e parasitas.
4. Riscos ergonômicos
Nos laboratórios, a postura em mesas, bancadas e cadeiras ou ainda alguns movimentos repetitivos podem causar danos à saúde dos trabalhadores.
5. Riscos de acidentes
São fatalidades que podem ter relação com os itens acima e que precisam de medidas de segurança para serem evitadas ao máximo.
Medidas de segurança para evitar acidentes em laboratório
Atenção em primeiro lugar! Um laboratório não é local para distrações. As tarefas devem ser feitas com calma, até porque acidentes podem ser causados, também, por pressa e desatenção.
Também há indicação de que os profissionais trabalhem, ao menos, em duplas para diminuir o tempo de resposta em caso de acidentes.
E fazer refeições no laboratório? É terminantemente proibido! A contaminação cruzada pode tanto afetar os resultados do seu trabalho quanto prejudicar a sua saúde.
O descarte correto de resíduos também é uma medida de segurança e uma forma de evitar acidentes, especialmente para quem faz o manuseio desses rejeitos.
Vestir roupas adequadas também aumenta a segurança no laboratório. Opte por camiseta ou camisa de mangas compridas, calça ou saia longa e sapatos fechados e que tenham solado antiderrapante. O tronco deve estar protegido por um jaleco abotoado ou por um avental, especialmente ao manipular produtos químicos e biológicos.
Todas as pessoas devem estar com a cabeça protegida por redes, e quem tiver o cabelo longo precisa prendê-lo.
EPIs para laboratórios
Em um laboratório, os EPIs são fundamentais para a biossegurança, já que nesses ambientes há manipulação de ameaças de diversos tipos (química, biológica, radioativa e física). Veja os principais tipos de equipamentos!
Jaleco
A peça cria uma barreira durante a manipulação de substâncias e impede que elas entrem em contato com seu corpo. Por não ser inflamável, evita acidentes com fogo. Opte por um jaleco em algodão e resistente à descontaminação e que possa ser autoclavado.
Luvas
O uso de luvas protege o trabalhador e impede a contaminação do ambiente com possíveis microrganismos que estejam nas mãos. São descartáveis e fabricadas em látex e vinil. Dependendo do tipo de procedimento, são necessárias luvas nitrílicas, que protegem a pele de materiais químicos ou corrosivos.
Máscaras e escudos faciais
São EPIs fundamentais para proteção das partículas provenientes dos materiais químicos e dos aerossóis biológicos. As máscaras recomendadas são a PFF1 e a PFF2.
Existe ainda o escudo facial, proteção que cobre todo o rosto e deve ser utilizada por profissionais que também tenham contato com o público externo.
Equipamentos de proteção coletiva
Além de fornecer os EPIs, os laboratórios devem disponibilizar EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva) que possam ser ativados por terceiros ou pelo próprio operador em caso de acidentes.
Um deles é o chuveiro de emergência com lava-olhos, que é acionado em situações que demandam água abundante para remover substâncias que possam ser nocivas ao trabalhador.
A cabine de segurança biológica é utilizada para minimizar a exposição do operador e do ambiente a agentes de risco biológico. O equipamento funciona com um sistema de fluxo contínuo de ar para dentro, evitando que os aerossóis escapem pela abertura frontal. Esse ar, antes de ser sair para o ambiente, passa por um filtro Hepa.
Para proteção contra vapores tóxicos e odores durante a manipulação de reagentes no laboratório, existem as capelas de exaustão de gases. A função do equipamento é sugar os gases resultantes de reações químicas. No interior do aparelho, há um motor que leva o vapor para fora do ambiente. Geralmente, são construídas em fibra de carbono, material leve e seguro.
Noções básicas de segurança no laboratório
De nada adianta disponibilizar equipamentos de laboratório para proteção individual e coletiva se ninguém souber utilizá-los. Por isso: treine os colaboradores. Explique as normas e os riscos do ambiente.
Faça isso de tempos em tempos, crie uma rotina de acompanhamento para reforçar a importância de seguir os protocolos de segurança. Também ofereça cursos para os trabalhadores como forma de capacitação.
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